Ainda me lembro que, quando criança, ganhar uma boneca era algo importante. O presente vinha acompanhado de uma história. Primeiro vinha a pergunta, em mal interpretada naturalidade: “Filha, o que você quer ganhar de presente de aniversário?” Depois vinha o esforço de meus pais para comprá-la. Quando a boneca chegava embrulhada em papel de presente, com dobras e flores de fita plástica, era a felicidade pontuando a história.
Depois vieram os anos 80, o consumo de massa, e as lojas de 1,99. E uma boneca se tornou só uma boneca entre tantas. Nos tornamos menos sensíveis aos presentes. A indústria e as grandes cadeias de lojas fizeram com que a ligação entre nós, consumidores, e quem fez o produto fosse perdida. (Bem, algumas substituíram essa ‘ligação’ pelo SAC, argh!)
Mas como não há mal que nunca se acabe, a internet, ela mesma, a que tanto nos desconecta do mundo real, veio nos dar uma nova oportunidade de redescobrir o entusiasmo. A internet agregou os artesãos, e veio o
Etsy, a
Tanlup, a
Elo7, e tantas outras que, como guildas pós-modernas, nos permitem comprar diretamente de quem produziu.
Quando compro um produto feito à mão, compro mais que um produto: estou patrocinando o trabalho de um artista que deposita seus sonhos, criatividade e amor no trabalho. E me dá uma quenturinha no coração saber que eu estou apoiando a paixão de alguém.
Agora pense comigo: o que você prefere ganhar de presente, um caderninho feito à mão por um artesão, ou um de uma gôndola de papelaria produzido em massa? É essa a diferença entre preço e valor. Quando você dá um caderninho feito à mão para sua amiga, a mensagem é que você se importa o suficiente para comprar um presente tão único quanto ela. Dar um presente feito à mão, em vez de um industrializado qualquer, é como se você escrevesse uma carta, ao invés de apenas assinar um cartão de “Felicidades”.
Mais que isso, eu acredito que o carinho se materializa. E não é por nenhuma razão metafísica, ou esotérica, é bem simples. Sabe quando você está de mau humor e põe sal demais no arroz? O contrário também acontece. Quando algo é feito à mão, com carinho, o produto é parte da vida daquela pessoa, e então passa a ser parte da sua história.
Eu quase só dou presentes handmade. Muita coisa feita por mim mesma, mas muita coisa comprada mesmo, encomendada. Assim, quando a gente lá no Clube Decor combinou de fazer uma postagem sobre presentes feitos à mão, eu lembrei que não precisava ser só por minha mão, mas poderia ser pela mão de alguém com rosto. E também que era bacana mostrar uma opção simples e artesanal de embalar este presente. Então hoje o presente é meu, mas foi feito pelo lindo
Lilou Estúdio: um caderninho artesanal e elegante, com capa de couro. E com saco de papel pardo + furador + fita + caneta branca e carinho, você embala seu presente especial.
Eeee, para ideias de presentes pra você mesma fazer, faça uma visita às meninas:
♥ A
Regiane ensinou a fazer pingentes de seda para chaves.
♥ A
Vivi Visentin se armou da pistola de cola quente, e fez almofadas que aguentam chuva.
♥ A
Mirella fez um vasinho de recados fofo!
♥ A
Ana chamou no glitter e fez um quadrinho, pra quem não vive sem café.