E aí seu filho resolve que quer rabiscar a parede. Desespero. Mas né, vamos pensar. Essa vontade de sairmos por aí rabiscando a torto e a direito vem lá dos tempos de outrora. Não é a toa que em vários lugares do mundo encontramos sítios rupestres. Ou que as pirâmides, templos romanos e sei lá mais o que possuem milhares de inscrições.
Tudo isso era baseado na vontade de registrar um momento, contar uma história, e deixá-la gravada para a posteridade – de preferência num lugar público e numa parede enorme. Grafite? Podemos dizer que sim. As origens do grafite (ou graffiti) moderno podem estar na 2ª Guerra Mundial, quando a pichação “Kilroy was here” espalhou-se pela Europa e Pacífico, tendo sido feita por soldados americanos enviados a esses territórios. Ninguém sabe ao certo que foi Kilroy ou o porquê da escolha desse nome, mas ele está lá, gravado e registrado em dezenas de lugares no maior estilo “passei por aqui”.
Durante os protestos de maio de 1968 na França, surgiram pichações emblemáticas que atacavam o governo: “il est interdit d'interdire” (é proibido proibir)é a mais famosa delas. Tais dizeres atraíam muita atenção, por estarem no espaço público e ajudavam na divulgação dos ideais revolucionários. Durante essa mesma época popularizava-se nos Estados Unidos a prática chamada de tagging, que é assinar o próprio nome ou pseudônimo pelas ruas da cidade. Daryl McCray (também conhecido como Cornbread) e Taki chegaram a estampar matérias em jornais, tamanha era a curiosidade em descobrir quem estava por trás das pichações.
Mas somente nos anos 70 podemos dizer que a prática se tornou realmente popular. O tagging evoluiu para outros estilos, em que os nomes eram pichados com uma preocupação de composição visual – letras enormes, com contorno e preenchimento coloridos – feitas principalmente em trens do metrô de Nova Iorque. A febre era tanta que a prefeitura se viu obrigada a coibir a prática com leis e policiamento severo. Tudo isso ajudou a influenciar o trabalho de artistas como Keith Haring e Basquiat, o queridinho do Andy Warhol.
Quem sabe influenciados pelo sucesso de ambos, de lá para cá muitos artistas gráficos resolveram aproveitar a visibilidade dos espaços públicos para tornar seus nomes conhecidos. Hoje muito diferente de suas origens, o grafite se parece mais com obras feitas em papel e transportadas para suportes maiores – enormes empenas cegas, muros antes cinzentos e afins. Não raro grafiteiros são convidados a deixar sua arte em fachadas de casas e comércios, seja por interesses estritamente estéticos ou até mesmo como forma coibir as pichações feitas por mero vandalismo.
No fim das contas quem ganha somos todos nós, que temos o privilégio de ter tais trabalhos escritos na história de nossas cidades. Diz aí, tem ou não tem um grafitti incrível nos seus trajetos diários que você sempre vira a cabeça pra olhar? A gente tem! ;-) O graffiti já foi usado até em pedido fofo de casamento, olha só!
O que seria engraçado, se não fosse trágico, é que roubos de muros (acredite!) são cada vez mais comuns. O primeiro foi o Banksy, mas os brasileiríssimos Gêmeos já tiveram muros roubados também. Esse é um sinal (torto, mas ainda assim um sinal) da valorização do graffiti no mercado de arte.
Mas não é porque este tipo de arte surgiu nas ruas que precisa ficar restrito a elas, (ou aos muros roubados). Pra quem quiser trazer um pouco dessa urbanidade toda pra dentro de casa, a DemocrArt tem algumas sugestões. Viu que linda a imagem de capa do post? #morri.
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